Coincidências existem?

O texto abaixo é dividido em três partes. As duas primeiras "correm" paralelas e a terceira é quando ambas se conectam.

Vamos lá!

1ª parte 

Ontem minha noiva acordou com uma gripe muito forte e foi para o hospital.

Apesar dos sintomas (espirros, forte dor de cabeça, febre e rouquidão), a médica a mandou trabalhar.

Contra a própria vontade, ela foi.

Chegou à escola onde ela leciona e foi para a sala de aula.

Para a sorte dela, a escola a dispensou da última aula.

Ainda sob os sintomas da gripe, ela foi embora e marcamos para nos encontrarmos em uma agência bancária do Itaú. Ela comentou que iria passar no mercado ao lado da agência para comprar laranja e limão para ajudar a acabar com a gripe.

Ela saiu da estação do Metrô e viu meu carro parado em frente ao banco. Olhou dentro do veículo e não me encontrou lá.

Concluiu que eu estava dentro da agência. Ela pensou em ir direto ao mercado e me encontrar depois, mas mudou de ideia e preferiu me avisar antes de fazer as compras.

Ela poderia ter ligado, mas optou por me avisar "presencialmente" e entrou na agência.


Fim da primeira parte


2ª Parte

Saindo do escritório, já me irritei com a demora do elevador, afinal, cinco minutos em São Paulo fazem uma enorme diferença quando relacionamos tempo e trânsito.

Pensei que conseguiria me livrar do congestionamento, mas a demora do elevador não me deixou sair cinco minutos antes de todo mundo.

Finalmente cheguei ao banco. Eu tinha duas coisas para serem feitas no local: um saque e uma transferência.

Primeiro fiz o saque.

Depois comecei a digitar as informações da transferência.

Nesse momento, notei que uma pessoa me rondava.

Parei o que eu estava fazendo e olhei fixamente para a tal pessoa, com minha cara de poucos amigos.

A mulher que estava se aproximando de mim aparentava ter entre 40 e 45 anos, era magra e tinha cabelos marrons curtos e bagunçados.

Imediatamente ela parou, mas olhava para a tela do caixa eletrônico onde eu estava.

Na minha tela apareciam os campos para serem preenchidos para ser executada uma transferência. Ou seja, nada.

Permaneci a olhando e ela disfarçou, mexeu na lixeira e encostou na divisória de caixas eletrônicos. Na máquina ao lado estava uma pessoa com a qual ela puxou papo. As duas pessoas se conheciam.

Nesse momento, meu cérebro travado, lento, começava a processar o que estava ocorrendo.

Fim da segunda parte.

3ª Parte

Minha noiva entrou na agência e percebeu que a mulher observava a minha ação.

Minha companheira chegou e delicadamente se enfiou entre a mulher e o caixa eletrônico onde eu estava, utilizando como arma a pesada mochila nas costas.

Espertamente, minha noiva impediu que a desconhecida olhasse para minha tela e a afastou com esse movimento sútil.

A desconhecida, que disfarçava conversando com a pessoa na máquina ao lado, "deu no pé", junto com a comparsa.

A intenção da dupla que fugiu era ver quais teclas eu apertava para digitar minha senha. Logo após descobrir quais teclas eram, provavelmente ela ligaria para algum comparsa, que deveria estar nos arredores do banco e ele roubaria meu cartão assim que eu deixasse o banco.

Graças a Deus, mais uma vez criminosos não conseguiram fazer nada.

Ai você pode perguntar: e o que isso tem a ver com o título do post?

Simples.

A minha noiva não teria chegado a tempo de espantar a mulher se ela não tivesse sido liberada mais cedo da aula.

Se a médica tivesse dado o atestado médico para ela faltar no serviço, não nos encontraríamos no banco.

Se minha noiva optasse por ir primeiro ao mercado ou apenas me ligar para avisar, ela não teria captado antes de mim as más intenções da dupla criminosa.

Se o elevador não tivesse demorado mais do que o normal para chegar, eu teria chegado bem antes da minha noiva ao banco...

E o resultado poderia ser bem diferente.

Dúvida?