Um dia, foi criado um programa para proteger os cidadãos que desejam somente descansar tranquilamente no conforto do lar, sem incomodar ninguém e sem ser incomodado. O PSIU parecia a salvação para aqueles que todas as noites tinham que dividir o travesseiro com o barulho da vizinhança. Aqueles que não conseguiam ouvir o que era falado an TV graças à festa do vizinho. O PSIU surgiu, então, para acabar com esses abusos.
Sim, foi criado um projeto para acabar com aquela barulheira do bar que ficava com música alta até às 6h da madrugada.
Mas, extraordinariamente, os excelentissimos vereadores da cidade de São Paulo tiveram a genial idéia de alterar o projeto.
Agora, ao invés de fazer a denúncia anônima, o denunciante (o incomodado) terá que ter uma testemunha, e precisará levar o fiscal do PSIU e o denunciado (o dono do bar, por exemplo) para dentro de casa e, então verificar se realmente há excessos.
Fantástico! Qualquer um tem o peito e a coragem de ser mostrado para toda a sociedade que ele está incomodado com o barulho e quer silêncio para poder dormir.
Qualquer um tem a coragem de levar para a casa o conhecido e famoso dono do bar, querido por todos os frequentadores do estabelecimento, para fazer uma reclamação. Qualquer um quer ficar marcado como o "estraga-festas", "estraga-prazeres" do bairro.
Nunca haverá uma represália, um desprezo, por esse cidadão folgado que fica atrapalhando a diversão dos outros.
É por isso que quando tem um estabelecimento com o som altissímo, eu pego meu travesseiro e vou até a porta do estabelecimento pedir para diminuírem o volume pois não consigo dormir com a música alta.
Chamar o PSIU para quê? Por que eu ligaria para a Polícia em um caso desses? Eu mesmo vou lá e resolvo rapidinho!
Realmente, nossos vereadores são muito bons. Eles sabem mesmo como resolver os problemas da sociedade.
Agora, caro amigo, se você tem problemas com barulho na vizinhança, pense em algumas alternativas. Eu pensei em algumas:
1) Mude-se de casa.
2) Vá para a festa também!
3) Compre uma espingarda, uma touca de terrorista, um colete a prova de balas e, quando começarem a fazer barulho, vá até o estabelecimento e atire nas caixas de som (eu já tive vontade de fazer isso, principalmente com os carros que paravam em frente a minha casa e abriam o porta-malas, as portas e dividiam o som com todo o bairro).
4) Compre um sonífero
5) Economize R$80 mil e arme um grande esquema acústico.
6) Mude de serviço e vá trabalhar durante a madrugada.
7) Chame o Batman, como sempre diz o âncora Heródoto Barbeiro, no Jornal da CBN.
Eu já fiz a minha opção.
Não, não foi a terceira, foi a primeira.
PS: para evitar qualquer tipo de confusão, a terceira opção é apenas uma ironia. As outras podem ser colocadas em prática.
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