segunda-feira, 19 de maio de 2008

Pois então...

Bom caros, ultimamente não tenho tido muito tempo para elaborar textos legais, pois a faculdade está consumindo toda minha criatividade e meu tempo para postar. Então, a solução é postar em meu blog, meus trabalhos, afinal, como estudante de jornalismo, tenho que fazer matérias jornalísticas.. Então, espero que gostem e, acredito que no final de junho, volto a postar com mais dedicação ao judiado blog... Até lá, somente as pérolas, espero, serão postadas..rsrsrs...
Há cem anos, chegavam no Brasil quase mil dekasseguis (que significa, em uma tradução livre, “sair da terra natal para trabalhar”) que se dividiram em algumas fazendas. A adaptação, embora complicada devido ao idioma e aos costumes bem diferentes, foi tão bem sucedida que o Brasil se tornou a maior colônia de japoneses fora do Japão. E toda essa demanda de estrangeiros trouxe uma série de rituais, costumes e crenças. Mas, acostumados a enxergar somente o que os outros mostram, os brasileiros pouco sabem sobre as tradições do país de onde vieram tantos imigrantes – hoje, estima-se que vivam cerca de 1 milhão e 500 mil japoneses em solo tupiniquim. No Palácio dos Bandeirantes, localizado no Morumbi, Zona Oeste da cidade de São Paulo, uma exposição denominada “Caminho do Olhar”, coloca a mostra do público, além de pinturas que lembram os 50 anos da explosão da Bomba de Hiroshima, 15 miniaturas de templos japoneses, que carregam muita tradição e significado e são quase desconhecidas pelos brasileiros.
Poucos sabem, mas é no Japão que está a maior estátua de bronze do Buda, no templo Todaiji, que está localizado na província de Nara. O Todaiji, cujo nome significa “O Grande Templo do Oeste”, é a maior estrutura de madeira do mundo, com quase 49 metros de altura, 57 metros de comprimento e pouco mais de 50 metros de largura. Além disso, está no país nipônico a mais antiga construção de madeira do planeta, o Horyuji, que foi construído no ano de 607.

Também está representada por uma miniatura, a única construção que não foi destruída pela bomba atômica, a Genbaku Dome.
Genbaku Dome, única estrutura que resistiu à bomba

Um símbolo de riqueza e poder é o templo Kinkaku Ji. Construído em 1397, em Kyoto, o “Templo Dourado” fica às margens de um lago, virado para o pôr-do-sol e a cor dourada da obra, devido à cobertura de ouro, reflete na água.
A exposição “Caminho do Olhar” poderá ser vista até o dia 8 de junho. As visitas são monitoradas e a entrada é franca. De segunda a sexta-feira, a exposição está aberta ao público das 10hs às 17hs e nos sábados, domingos e feriados das 11hs ás 16hs.
A História do Centenário

Em 18 de junho de 1908, chegava em terras brasileiras, mais especificamente no Porto de Santos, o navio Kasato Maru, com cerca de 780 imigrantes japoneses. Eles, no entanto, não foram os primeiros japoneses a pisarem em solo tupiniquim. Em 1803, uma embarcação japonesa naufragou e os tripulantes foram resgatados e transportados por um navio russo, que parou em Florianópolis, em 20 de dezembro. Os japoneses que foram resgatados fizeram anotações sobre o país no período em que permaneceram no Brasil, até o dia 4 de fevereiro de 1804.
A primeira visita oficial só foi ocorrer quase 80 anos mais tarde, em 1880. Em 1895, foi formalizado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão. Após isso, seriam enviados alguns japoneses para trabalhar nas lavouras de café, porém, uma crise no preço da produção cancelou a iniciativa. Em 1907, entretanto, foi acertado um acordo para que 3 mil japoneses viessem para o Brasil, sendo que a primeira embarcação a chegar, em 1908, foi a Kasato Maru.
Em 28 de junho de 1910, chegou o segundo grupo de trabalhadores, no navio Ryojun Maru, com mais 906 japoneses.
A partir de 1911, através do projeto de colonização Monções, algumas famílias japonesas começaram a tomar posse de alguns territórios. Em 1912, mais famílias foram assentadas em terras doadas pelo Governo Paulista. Em 1914, havia em São Paulo mais de 10 mil japoneses. Em 1953, após uma época de conflitos (entre o Brasil e Japão, pois já havia imigrantes demais no país, então o governo decidiu complicar a chegada de imigrantes) e da Segunda Guerra Mundial, as relações entre os dois países melhoram e empresas japonesas começam a se instalar em território brasileiro.
Em 1988, havia, no Brasil, quase 1 milhão e 300 mil nikkeis (descendentes de japoneses nascidos fora do Japão ou japoneses que vivem fora do país de origem). Atualmente, são quase 1 milhão e 500 mil.
No final da década de 1980, o efeito reverso aconteceu: muitos descendentes dos japoneses decidiram ir para o Japão. Hoje em dia, há cerca de 300 mil brasileiros em solo japonês.
Curiosidade

Você conhece aqueles três macacos, um tampando a boca (iwazaru), o outro os ouvidos (kikazaru) e o último os olhos (mizaru)? Eles são os “Três Macacos Sábios” e encontram-se na porta do templo Estábulo Sagrado, construído no século XVII na cidade de Nikko, no Japão. Os gestos significam “não falar mal, não ouvir o mal e não ver o mal”. Desse modo, seria possível viver em paz e harmonia. A Natureza é muito importante para os japoneses e os santuários são construídos sob medida, para que haja integração entre o humano e a natureza.

4 comentários:

Juliana Petroni disse...

Mais uma reportagem feita diretamete do palácio dos bandeirantes hahahahaha....
Adorei!!!
um bjão

Anônimo disse...

É, imagino como seu tempo deve está corrido mesmo, mas é assim... quem sabe um dia, realmente iremos sentar e dizer: 'eu tenho tempo.'
Adorei a prévia do seu trabalho, esto louca para ler tooodo, vou confessar uma coisa, tô aprendendo mta coisa com esses seus textos e os da Ju.
Abraços
Susanna Martins

Anônimo disse...

Cara, e ontem eu vi um quadro com esses macacos na faculdade. É divertido!

Falando em faculdade, nunca vi um negócio pra tomar tanto o tempo da gente. Motivo pelo qual o Rola Blog também anda devagar...

Euzer Lopes disse...

A verdade é que, tradições à parte, a cultura japonesa é de uma magia e uma beleza tão grandes que, como somos ocidentais, achamos aquilo "outro mundo".
Eu, sinceramente, admiro o belo, mas não me sinto inserido naquele contexto. Como acho que eles também não o façam - embora vivam ao nosso lado.