Essa semana o principal assunto pelo mundo foi o sumiço do avião da AirFrance. Mais de 200 pessoas desapareceram junto da aeronave no meio do oceano Atlântico.
O que sumiu também foi a rara e dificilmente vista ética jornalística. Parece que muitos "profissionais" nem sabem o que é isso.
Vi na terça-feira uma reportagem da TV Record com as pessoas que escaparam da morte: passageiros que iriam embarcar no vôo 447 mas, por algum motivo, não foram.
Mas, peraí.
Como um jornalista pode afirmar que pessoas escaparam da morte se não se sabe o que aconteceu com o avião? Pior: como um representante da profissão que leva informação à todas as pessoas do planeta pode afirmar que as pessoas escaparam da morte se não se sabe como estão os passageiros?
Oras, muitos podem questionar: então você acredita que após quase uma semana de desaparecimento, ainda pode haver sobreviventes? Lógico, até que me provem que todos os corpos foram encontrados e que a causa do sumiço do avião seja explicada. Até lá, o jornalista não pode (poderia), em hipótese alguma afirmar que "fulano escapou da morte pois a mãe dele falou que não era para ele viajar".
Afinal, "do outro lado da moeda" estão os familiares dos passageiros. Eles têm sentimentos e esperanças. Por que o parente dele não estaria vivo? O avião pode ter desviado da rota devido ao mau tempo e fez um pouso de emrgência em uma ilha.
"Ah, você está brincando... Acredita mesmo nessa hipótose?". Não, não acredito, mas como jornalista, não posso afirmar o que aconteceu sem saber o que de fato ocorreu. Até que sejam provadas as mortes e a causa do sumiço do avião, TODAS as hipóteses são válidas.
Uma pena ver na TV, nos rádios e jornais pessoas que não tem o mínimo de consideração e respeito pelo sentimento dos outros.
Que fique claro: a intenção não é dar esperanças aos parentes dos passageiros, mas apenas fazer um jornalismo que respeite cada indivíduo.
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