São Paulo parou no início dessa semana. Na terça-feira, choveu como não chovia há mais de 20 anos. Durante 11 horas, a cidade foi atingida por uma forte e aparentemente inesgotável chuva. E São Paulo parou. Quase 60 pontos de alagamento e o estopim de uma polêmica que teve início há alguns meses: a ampliação da Marginal Tietê.
Os críticos aproveitaram a pista alagada e imediatamente acionaram a metralhadora de críticas à obra:
- É um absurdo, um desperdício de dinheiro público (Gilberto Dimenstein da Rádio CBN e jornal Folha).
- Chegaram a dizer que a obra teve influência na enchente.
- Alguns acham que a melhor opção é destruir a mais importante via de São Paulo.
Mas o problema vai bem além da Marginal.
As reclamações sobra a tal da "permeabilidade" nunca esteve tão evidente. Muitos os ambientalistas, arquitetos, urbanistas e oposicionistas preocupados com a questão ambiental como "nunca antes na história desse país". Muitos querem parar a obra para ter mais tempo para debater o projeto. Mas, será que a paralisação do projeto é a melhor alternativa?
As Marginais são importantissímas para ligar três zonas da cidades - Sul, Oeste e Norte, além de fazer a ligação com rodovias para o Interior e Litoral do estado. Mas sofre com o excesso de veículos. Criar mais pistas é uma medida necessária. Mas não é a única e muito menos a que resolverá todos os problemas.
É necessário criar mais opções aos motoristas, orientar melhor o trânsito, fiscalizar e educar melhor os motoristas, além de investir pesado no transporte público, principalmente no trem e no Metrô. A expansão da malha metroviária, tão abandonada por anos, é mais do que urgente. É essencial.
A questão da permeabilidade, "nunca tão discutida como nessa semana", é importantíssima. Finalmente entenderam que não dá mais para desprezar o meio ambiente. São Paulo é uma cidade cimentada e precisa de mais opções para escoamento de água. Além disso, as pessoas precisam agir, não somente jogar o problema no colo do prefeito e do governador.
Todos os dias é possível ver na cidade inteira pessoas jogando o lixo nos córregos, deixando entulho nas calçadas... E mais: para qualquer lugar que se olhe na cidade, você consegue ver alguém jogando uma bituca de cigarro no chão, ou um papel de bala, uma garrafinha, um papelzinho... E fazem isso sem nem se importar para onde vai essa sujeira e qual a consequência desse CRIME.
Pois bem, na terça-feira os paulistanos viram e sentiram qual é a consequência da falta de educação, do desrespeito constante contra a natureza.
Para que tragédias como essa não ocorra novamente, algumas ações são necessárias:
- Educação: a medida mais simples e fácil de ser colocada em prática, além de ser a mais barata, pois não custa nada. Basta não jogar o lixo na rua. Simples. Leve uma sacolinha na bolsa/mochila e quando tiver terminado de beber o suco, por exemplo, guarde a garrafinha ali e a coloque em outro lixo quando chegar em casa, ou no serviço, na escola ou na faculdade. Se os serviços de limpeza da cidade já são questionáveis, com 10 milhões de "habitantes" sujando as vias a situação realmente fica complicada...
- Arborização: São Paulo precisa de mais árvores, mais canteiros. A Prefeitura doa sementes. Mas precisa também orientar sobre como cuidar de uma planta. Um incentivo como por exemplo um desconto no IPTU para casas com jardins poderia ajudar!
- Calçadas drenantes: eu gostei da idéia de que calçadas e canteiros tenha sistema de drenagem. Acredito que ajudaria bastante no escoamento da água das chuvas.
Se cada um fizer a sua parte, com certeza conseguiremos evitar muitas tragédias como a ocorrida na terça, em São Paulo.
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