quarta-feira, 16 de abril de 2008

Uma no cravo e várias na ferradura

Essa semana postei no site para qual escrevo regularmente uma matéria falando sobre dois projetos de lei que foram enviadas para aprovação do Governador de São Paulo, José Serra. Um, que prevê o monitoramento de presos em regime semi-aberto através de pulseiras eletrônicas, já foi aprovado pelo governador e deverá entram em vigor em breve. O outro prevê multa de R$1488,00 para quem desperdiçar água lavando carro, calçada ou regando jardim com mangueira, comum ou de pressão. Esse ainda será avaliado pelo tucano. Excelentes projetos e que poderiam ser aplicados em outros estados. A da multa então, poderia até ser ampliado não somente a quem desperdiça água, mas também para quem taca lixo na rua. Quem sabe o "Cidade Limpa" do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não adote essa idéia?
Acabou a parte boa por aqui. Agora, começam as revoltas.
Poxa tem gente que brinca com a nossa inteligência. Os advogados de defesa de Farah Jorge Farah, o médico que "picotou" a amante, disseram que o cliente agiu em legítima defesa. "Pode parar aí". Legítima defesa? Se fosse uma, duas ou até três facadas é quase compreensível (??? cruzes.. que compreensão.. mas vamos lá vai...), dependendo do contexto (pensem no pior, em uma ação brutal mesmo e as facadas realmente eram necessárias). Agora, mutilar uma pessoa, ai não dá pra acreditar em defesa nenhuma. É brincadeira. Aliás, essa palhaçada me fez lembrar de outra "legítima defesa" a de Pedro Baracat, um promotor. Vocês lembram? No começo do ano, na primeira semana de janeiro, em São Paulo, ele matou com 10 tiros um motoqueiro que supostamente iria assaltá-lo em uma avenida bem movimentada de São Paulo. Dez tiros em alguém desarmado. Até hoje, não foi provada a culpa do motoqueiro e o promotor, bom, o promotor está por ai... Assim como outro promotor, o Thales Ferri, que há alguns anos, matou um jovem, após discutir com a namorada. Onde está Thales? Também está por aí....
E não são somente os promotores e médicos que ganham essa "moleza" não.
O produtor artístico, que há 5 anos arremessou o filho de apenas 1 (um) ano contra o pára-brisas do carro, está solto. Ele jogou a criança contra o vidro de veículo após se envolver em um acidente de carro. Não satisfeito, bateu, com o auxílio da esposa, na filha de seis anos. Só isso. Cinco anos após ser preso, este monstro está nas ruas de novo. E as crianças estão com a progenitora (me recuso a chamá-la de mãe), que ganhou a guarda das crianças na justiça.
Parabéns justiça! É por isso que na pré-escola, agora, defendo que as crianças tenham aulas de vôo, por que uma hora elas voam contra o vidro de um carro, outra hora são jogadas o sexto andar... Se elas souberem voar, talvez não se machuquem tanto.
Justiça ridícula, tosca, ultrapassada e injusta!
Ah, e para completar, e agradecendo a minha companheira de tortura, digo, de trabalho, Juliana, pela indicação, fiquei muito mais animado por ver como teremos opções para mudar esse cenário ridículo nas eleições. Confira aqui, e se você não tiver pique para ler toda a matéria, veja pelo menos no final, quais são as "opções" (lá não está, mas nas urnas você pode votar em branco...).

God save us!!!!

8 comentários:

Juliana Petroni disse...

É caro amigo a justiça aqui no Brasil tarda e falha muito!
Porém não devemos desanimar, pois enquanto existirem pessoas dispostas a mudar esse quadro terei esperança.
Sobre as bizarras pré-candidaturas, fica a minha indignação.
beijo
Ju Petroni

Uriel Gonçalves disse...

tem muitos outros casos como esse que agora não me vem em mente, mas o Brasil está decaindo no quesito justiça. E quando alguém faz justiça com as "próprias mãos" ele sim, sofre nas mãos da "pseudo-justiça", por ser um verdadeiro herói.

da uma passada no meu tbm
http://jornalosturiel.blogspot.com

Anônimo disse...

A população começa a achar que tem o direito de fazer o que quiser ou tomar atitudes erradas, simplesmente porque quem governa nao faz, tornando a sociedade um caos total. Eu ainda tenho esperaça na justiça

Anônimo disse...

Quanto às leis, são de total importância essas aprovações. Nunca vi as pessoas maltratarem o meio ambiente como nesses últimos tempos...
E a nossa justiça, às vezes eu prefiro nem comentar! Justiça para os humildes tem sim, mas para os engravatados, essa está difícil de achar!
Um grande abraço,

Euzer Lopes disse...

Cara, o título do seu post dispensa, da minha parte, qualquer comentário a respeito dele.
Você conseguiu colocar tudo, inclusive a revolta...
Projetos bons de lei são bem vindos. Esses dois que você citou eu acho ótimos e dou meu total apoio (inclusive se resolverem dobrar o preço da multa para o desperdício de água). Agora, legítima defesa para o cara que mutila a amante...
Será que vão pedir desculpas para o juiz, promotor (sei lá o que) que matou o motoboy no Parque do Ibirapuera em São Paulo?
Façam-me o favor!!!

Anônimo disse...

Ei amigo, se é que posso chamá-lo assim, eu não estou conseguindo te add no orkut.
Vou te enviar o link do meu, tá?
Add ai:

http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=18044266036238857962

Obrigada pelo comentário, vc é sempre bem vindoo!!
Grande abraço e bom feriado!!!
Sú Martins

Carla M. disse...

A justiça é um problema do país. Devia ser solução mas não. Isso por que ela não funciona como valor, por que funcionaria como instituição?! Ou por um acaso alguém se preocupa com justiça social? E não estou falando de caridade.

No mais tu já disse tudo. Só acrescento que quanto à água, em muitos municípios do país já existe multa, e ela funciona. E nesses lugares as pessoas passaram a procurar alternativas, como as cisternas e a reciclagem de águas cinzas (aquelas que vem dos ralos do chuveiro, das pias do banheiro, da máquina de lavar roupa e que pode ser utilizada pra qualquer coisa que não exija potabilidade).

Existe algum esperança!

Anônimo disse...

Não sei se a idéia da pulseira de monitoramento é tão pertinente assim. Pouco me agrada essa idéia do "Big Brother da vida", mesmo se tratando de presos. A moda pode pegar e imagina se mães e pais resolvem adotar a pulseira para "monitorar" os passos dos filhos? Ainda acredito que, por trás das medidas paliativas, como essa da pulseira, deveria ocorrer todo um processo de transformação na sociedade para diminuir violência, cadeias super-lotadas, etc.

Mas como fazer isso com RONALDO ÉSPER e NETINHO DE PAULA postulando cargos públicos. Difícil, né?