segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fautas de profeçores e cervidores publicus

Quem estudou/estuda, ou já acompanhou/acompanha alguém que estudou/estuda em escolas públicas já conhece essa veeelha história: "Hoje não teve aula por que três professores que iam dar aula pra minha sala não foram". "Hoje sai mais cedo por que não tinha eventual e um monte de professor não foi. Não foi só a minha sala que saiu não, pode ir lá ver". Não é de hoje essa desculpa dos alunos do ensino público. Aliás, desculpa não, justificativa para chegarem mais cedo em casa.

Porém, em São Paulo, as coisas começam a mudar um pouco. Em abril, o governador José Serra aprovou um lei complementar ao decreto que LIMITA os servidores públicos a terem 6 faltas justificadas com atestado médico por ano. E não pode passar de uma por mês. Abaixo segue, copiado fielmente do site da Sindesp, os artigos 9º e 10º do decreto 52.054 de 14 de Agosto de 2007.

Artigo 9º - Poderão ser abonadas as faltas ao serviço, até o máximo de seis por ano, não excedendo a uma por mês, em razão de moléstia ou outro motivo relevante, a critério do superior imediato do servidor.

Parágrafo único - As faltas abonadas não implicarão desconto da remuneração.

Artigo 10 - Poderão ser justificadas até vinte e quatro faltas por ano, desde que motivadas em fato que, pela natureza e circunstância, possa constituir escusa razoável do não comparecimento.

§ 1º - No prazo de sete dias o chefe imediato do servidor decidirá sobre a justificação das faltas, até o máximo de doze por ano; a justificação das que excederem a esse número, até o limite de vinte e quatro, será submetida, devidamente informada por essa autoridade, ao seu superior hierárquico, que decidirá em igual prazo.

§ 2º - Nos casos em que o chefe imediato seja diretamente subordinado ao Governador, a Secretário de Estado, ao Procurador Geral do Estado ou a Dirigente de Autarquia, sua competência se estenderá até o limite de vinte e quatro faltas.

§ 3º - O servidor perderá a totalidade do vencimento ou salário do dia nos casos de que trata o "caput" deste artigo.

O Sindicato dos Professores reclama que muitos profissionais não podem mais faltar, mesmo tendo a necessidade de se ausentar por motivos de saúde. Pelo que li e se não interpretei errado, isso é inválido, já que no artigo 10º é citado que pode ter até 24 faltas por ano, DEPENDENDO do motivo. E, na boa, eles faltam demais, tem que limitar as faltas mesmo. Quem sempre sai perdendo é a população. A população e o país, que "ganha" uma força de trabalho mal-qualificada e um monte de analfabetos que não sabem como trabalhar e, sem educação, acabam sendo facilmente enganados, iludidos por políticos (opa, será essa a intenção? Minha utópica opinião é que não!).Aí, chega Saresp, IDESP e as notas são essa porcaria: 1,4 ou 3,8... Isso por que é umas das maiores e mais importantes metrópoles do mundo e é o motor de um país em "pleno desenvolvimento, elevado ao nível de nação confiável para receber investimentos..."

Outra reclamação é o baixo salário dos professores. O piso da categoria está em R$688,00 e pode chegar a R$930,00 com as bonificações. Aí eu concordo. É muito pouco para os profissionais que, quando vão, são os responsáveis por ensinar o futuro da nação. E para completar, chegam nas salas e têm que aguentar alunos sem o mínimo de respeito, sem vontade de aprender, agressivos, folgados... Eles precisam de um salário melhor e mais segurança. A policia tem que ficar na porta das escolas. E os alunos têm que ter consciência que estão lá para aprender, não para fumar e lutar.

Ainda há também a reclamação por não poderem se transferir de escola durante pelo menos um ano. Bom, eu nunca gostei da contínua mudança de professores, mas, admito, uma mudança às vezes cai bem... Sobre isso, acho que está certo em manter o professor durante o ano letivo, pois se não, quebra o ritmo das aulas, da seqüência de matérias... Atrapalha bastante o aluno, que ainda tem que acompanhar a adaptação do novo professor e adaptar-se ao estilo desse profissional... Mas, se no final do ano o professor quiser ser transferido, não vejo problemas...

2 comentários:

Juliana Petroni disse...

Se todos nós tivessemos que entrar em greve, para reivindir direitos o que seria do nosso país? Acredito que muitos reconhecem seus direitos mas e seus deveres??? esses ninguem se lembra.
bjosss

Anônimo disse...

É extremante vergonhoso esse nosso ensino público, ver professores (nem todos) que não estão nem ai para os profissionais que vão formar. Porque em escolas públicas tem alunos que qrem estudar e estão ali porque não tem condiçõe de estudar em escolas privadas... É triste ver que existem pessoas que qrem realmente deixar o Brasil como está!!
Mas ainda bem que temos pessoas que se preocupam com o ensino, saúde e principalmente com o futuro. Essa é uma iniciativa que toodos, todos mesmo, deveriam tomar. E aos alunos, nada de chegar cedo, que tal reinvindicar situações melhores?!!
Abraços...